Condomínio Fênix

Sinto que parte de mim está aos poucos se desfalecendo.
A hora em que durmo é quando acordo do pesadelo. 

Penso agora que talvez seja questão de perspectiva.
Se, e somente se, você estiver feliz, terá uma justificativa.

Porque você é o maior merecedor da paz.

Eu te deixei, dizendo que te amo.
Eu nunca vou deixar você sair do meu coração.

Você é a minha fonte de inspiração para viver.
E mesmo que tenha que ser assim, esta conseqüência,
eu serei como você, para sempre.

Porque você me ensinou a amar com a cabeça
e pensar com o coração.
Você plantou uma Fênix em meio a Primaveras.

O incompreendido que um dia eu quis tanto compreender.
O alegre que um dia chorou no meu ombro.
O revoltado que fez piada da situação.
O incompreendido que um dia eu cheguei a compreender.

Espero que parte de mim esteja aos poucos se recompondo,
que ao me deitar, eu tenha plena certeza
de que amanhã é um outro dia.

Que assim seja, porque por mais que quase inaceitável.
É irreversível.

Porque me faltam palavras rimadas,
mera poesia.
Porque não é palpável a dor,
o vazio,
a intemperança,
a saudade.

Hoje sei que não posso mais brigar com você.
Não posso mais te repreender.
Não posso mais achar que você está completamente errado,
quando sei que no fundo, você tem total razão.

Eu não posso mais fazer piadas que só você entende.
Não posso mais chorar de rir porque você não é fotogênico.
Não posso concordar, mesmo que contra minha vontade, que essa música é tão boa.
Nem posso mais conversar com você de madrugada.

Mas, eu ainda posso olhar para cima.
Posso te contar que estou com muito medo.
Posso te perguntar coisas, e imaginar o que você responderia.

E repito, porque só isso me consola.
Você tem de estar infinitamente feliz.
Assim faria sentido.
Assim, não estaria mais vivo, ou tão pouco brincando de viver.
E por assim, faria sentido.

Eu te amo. Não te amei, e sim te amo.
Para a eternidade que se sucede.

Qual é a coisa mais importante do mundo?

Marina Nastari de Almeida